Marine Le Pen, líder da extrema direita, irá provavelmente perder contra Emmanuel Macron no domingo. Estas notícias acabaram por servir como um alívio para os mercados, mas é importante notar que os partidos mais radicais começam a ganhar cada vez mais voz, não apenas em França mas também por toda a Europa. As sondagens que serão divulgadas depois do debate presidencial (esta noite) serão cruciais. Não seria a primeira vez que haveria uma surpresa, pelo que já o vimos no passado com a questão do Brexit.
Sondagens antes do debate presidencial. Fonte : Les Echos
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Abrir Conta TESTAR A DEMO Download mobile app Download mobile appDe que forma é que as eleições francesas poderiam impactar os mercados?
Se Le Pen ganhar, poderá haver "uma segunda-feira negra" nas bolsas europeias, com o CAC 40 (FRA40) ser um dos principais prejudicados. Por exemplo , as ações das empresas francesas como o BNP Paribas (BNP.FR) e a Societe Generale ( GLE.FR) reagiram em baixa na semana passada, depois das sondagens terem mostrado que a liderança de Macron diminuiu face a Le Pen
A vitória de Le Pen poderia provocar também fortes quedas no euro em relação ao dólar, mas esse impacto poderia acontecer apenas a médio - longo prazo.
Por outro lado, a vitória de Macron poderia ser benéfica para as ações europeias de grande capitalização, sobretudo aquelas que estão cotadas no Stoxx 600.
O euro está a ser negociado em mínimos de 2017. Fonte : xStation 5
Será que existe a possibilidade de assistirmos a um "FREXIT" (semelhante ao Brexit)?
Le Pen já não defende uma saída da UE, ela gostaria que um referendo sobre a revisão da constituição tornasse a lei francesa superior às regras da União Europeia. Le Pen quer também restabelecer os controlos fronteiriços permanentes no espaço Schengen, o que contraria a lei no bloco. Estas medidas pesariam sobre as obrigações dos países mais fracos da UE, como a Itália, o diferencial entre as yields das obrigações italianas e alemãs a 10 anos poderia alargar-se para perto de 250 pontos. O resultado também prejudicaria outros líderes pró-europeus, tais como o italiano Mario Draghi.
Vale a pena mencionar que Le Pen precisaria de ganhar uma maioria parlamentar em Junho para implementar as suas políticas, pelo que a volatilidade do mercado poderia permanecer elevada até às eleições legislativas.
Posição dos candidatos em relação às criptomoedas
Os candidatos têm falado pouco sobre criptomoedas, apesar de estar no centro das questões para alguns investidores. De facto, de acordo com um estudo realizado pela KPMG, 8% dos cidadãos franceses têm investido em cripto ativos. Além disso, o que constitui um verdadeiro desafio para os dois candidatos é a quota crescente dos 30% da população francesa que pretendem investir neste novo mercado durante 2022. Apesar de Marine Le Pen ter sido contra Bitcoin em 2016, chamando-a de "perigosa", ela parece ter suavizado as suas palavras desde então. Declarou recentemente que estava a considerar uma reflexão sobre a questão da regulamentação das criptomoedas, desejando integrá-las na lei dos mercados financeiros e assim reduzir a dupla tributação (sobre a liquidação do activo e sobre as mais-valias) a que os investidores estão sujeitos. A parte acrescentou ainda que gostaria de considerar um regime fiscal atractivo para as criptomoedas, apoiado por projectos de interesse geral.
Por outro lado, Emmanuel Macron partilha a mesma opinião de Le Pen em torno da regulamentação. Além disso, em Maio de 2019, Emmanuel Macron criou o estatuto de prestador de serviços sobre cripto ativos (PSAN) e um visto opcional para a angariação de fundos em criptomoedas (ICO). Macron tem apoiado a implementação deste novo ecossistema e recentemente chegou a demonstrar interesse em criar um metaverso europeu, consciente da importância estratégica do sector, e da necessidade de desenvolver um quadro claro para o desenvolvimento da tecnologia blockchain e o estabelecimento de novos players no mercado.
Réda Aboutika, XTB França
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