Análise da Situação Macroeconómica de Portugal
A economia portuguesa apresenta, no 2º trimestre de 2024, sinais mistos que sugerem um cenário de recuperação moderada, mas ainda com desafios estruturais por superar. Ao longo deste período, o Produto Interno Bruto (PIB) registou um crescimento trimestral de apenas 0,1%, evidenciando uma desaceleração significativa quando comparado com trimestres anteriores. No entanto, numa perspetiva anualizada, o crescimento do PIB atinge os 1,5%, refletindo uma recuperação progressiva, ainda que modesta, da economia nacional.
Inflação e Preços ao Consumidor
A inflação em Portugal tem demonstrado uma tendência de estabilização, o que é crucial para a manutenção do poder de compra e a confiança dos consumidores. Em junho, a inflação subjacente situou-se em 2,36%, mostrando que as pressões inflacionistas estão a ser controladas. Esta taxa tem-se mantido estável nos últimos meses, oscilando entre 2,65% e 2%, o que sugere que os fatores subjacentes, como os preços dos bens alimentares e energéticos, estão sob controlo.
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Abrir Conta TESTAR A DEMO Download mobile app Download mobile appDe forma semelhante, a inflação geral atingiu 2,5% em julho, continuando a tendência de descida desde o pico de 3% em maio. Esta diminuição é indicativa de uma normalização dos preços após os choques inflacionários globais registados nos últimos anos, especialmente no contexto pós-pandemia e das perturbações nas cadeias de abastecimento globais.
Consumo e Confiança dos Consumidores
O consumo privado, medido pelas vendas a retalho, registou um acréscimo notável em abril, com uma subida de 2,1% face ao mês anterior. Este crescimento, ainda que mais moderado nos meses subsequentes, com um aumento de 0,7% em junho, reflete uma resiliência do consumo interno, impulsionado pela melhoria gradual na confiança dos consumidores. Esta confiança tem vindo a melhorar de forma consistente desde dezembro de 2023, marcando julho como o sétimo mês consecutivo de recuperação. A melhoria na confiança é um indicador positivo para a economia, sugerindo que os consumidores estão mais dispostos a gastar, o que, por sua vez, pode apoiar o crescimento económico nos próximos trimestres.
Mercado de Trabalho
Apesar dos sinais positivos noutras áreas, o mercado de trabalho revela alguma preocupação. A taxa de desemprego tem vindo a aumentar nos últimos dois meses, atingindo os 6,7% em julho, o valor mais alto desde outubro de 2023. Este aumento pode estar relacionado com a desaceleração do crescimento económico e a reestruturação de algumas indústrias, refletindo um mercado laboral que ainda enfrenta desafios significativos. A persistência de uma taxa de desemprego elevada pode colocar pressão adicional sobre a política económica, dados macroeconómicos e nas contas do estado.
Balança Comercial
Por fim, a balança comercial de Portugal, apesar de ter mostrado melhorias nos últimos três meses, mantém-se numa posição deficitária, com um saldo negativo de 1,79 mil milhões de euros. Esta situação, apesar de estável, sublinha a necessidade de reforçar a competitividade das exportações portuguesas e de promover uma maior diversificação dos mercados externos. A persistência de um défice comercial elevado pode representar um risco para a sustentabilidade externa do país, especialmente num contexto de incertezas globais.
Conclusão
Em suma, a economia portuguesa está a atravessar um período de recuperação moderada, mas com desafios importantes à vista. A estabilização da inflação e o aumento das vendas a retalho são sinais encorajadores, mas o crescimento económico anémico e a subida da taxa de desemprego sugerem que a recuperação está longe de estar consolidada. As autoridades europeias deverão continuar a monitorizar atentamente estas dinâmicas, ajustando a política monetária por forma a estimular a economia. Já no caso das autoridades nacionais poderão estimular a economia pela via da política fiscal, já que a carga tributária continua a ser um grande entrave ao desenvolvimento. O equilíbrio entre o incentivo ao crescimento económico e a manutenção da estabilidade macroeconómica será crucial nos próximos trimestres.
Autores:Henrique Tomé e Vitor Madeira
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