Abertura do mercado americano: Wall Street dispara com o relatório da Gilead

• O medicamento Remdesivir de Gilead (GILD.US) mostra melhorais no tratamento contra a COVID-19 

• Foco dos investidores voltado para a conferência de imprensa da FOMC 

• A TESLA (TSLA.US) apresentará resultados trimestrais hoje  

Os índices dos EUA dispararam  depois da Gilead Sciences (GILD.US) ter anunciado resultados positivos do estudo do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) do antiviral Remdesivir para o tratamento da COVID-19. As ações da Gilead subiram 9% após a notícia de que o remdesivir ajudou a melhorar os sintomas de pelo menos 50% dos pacientes tratados com uma dose de 5 dias. A experiencia testou 397 pacientes, dos quais mais da metade recebeu alta do hospital em duas semanas. Segundo o estudo de Gilead, 62% dos pacientes tratados precocemente receberam alta do hospital, em comparação com 49% dos pacientes que foram tratados tardiamente. 

Dados recentes mostraram que o PIB anualizado dos EUA caiu 4,8% no primeiro trimestre, muito pior do que as expectativas dos analistas. Os mercados aguardam agora a decisão de política monetária da Reserva Federal no final do dia. Os investidores procurarão orientações sobre os próximos passos do banco central, bem como uma previsão detalhadas para a economia.Hoje apresentarão resultados a Tesla, Microsoft, Facebook e General Electric.

O S&P 500 (US500) está a testar a grande resistência dos 2904 pts. Se o sentimento positivo prevalecer, o próximo nível de resistência está nos 3036 pts. Em caso de inversão, o suporte local está localizado nos 2648,0 pts. Fonte: xStation5

A TESLA (TSLA.US) divulgará os seus resultados trimestrais hoje após o fecho do mercado. O preço das ações da empresa mais que dobrou em relação aos minimos de março. Em janeiro, antes do início da pandemia do coronavírus, a Tesla divulgou 367.500 entregas em 2019 e anunciou que as entregas deste ano "deveriam exceder confortavelmente as 500.000". O número de entregas de carros elétricos será a figura-chave que é o principal indicador do sucesso da Tesla. Anteriormente, a Tesla lutava com a lucratividade. A 2 de abril, a Tesla revelou que entregou 88.400 carros no primeiro trimestre, com os Modelos 3 e Y representando 76.200 entregas e os modelos mais caros S e X  responsáveis por 12.200. Esse número é 40,3% maior em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. A Tesla foi forçada a fechar temporariamente a sua fábrica na Califórnia e em Nova York devido à disseminação do corornavírus. Essas paralisações foram implementadas no final de março, portanto, tiveram apenas um impacto menor no números de entregas do primeiro trimestre. No entanto, 88.400 veículos entregues no primeiro trimestre representam apenas cerca de 18% da meta da empresa de 500.000 entregas para o ano inteiro. Portanto, a empresa precisa entregar cerca de 137.000 veículos em cada um dos três trimestres restantes para atingir seu objetivo. Portanto, os investidores devem procurar verificar se a administração atualiza as perspectivas da empresa para o ano inteiro de entregas de veículos. Os investidores também tentarão avaliar como a pandemia afetou os resultados e as perspectivas atuais da Tesla. Os analistas estimam um forte aumento nas receitas e entregas, bem como uma redução acentuada das perdas anuais medidas pelo lucro por ação ajustado.

Wall Street continua otimista em relação aos resultados do primeiro trimestre. Os analistas esperam que a queda dos EPS seja menor em comparação com o primeiro trimestre de 2019, enquanto a receita deve aumentar significativamente. Fonte: Bloomberg, XTB Research.

Os investidores observarão de perto se a Tesla gerará cashflow positivo no primeiro trimestre. Na última atualização trimestral, a empresa informou que espera manter o cashflow positivo, com possíveis exceções em torno do lançamento de novos produtos. Por um lado, a Tesla iniciou a produção do novo crossover do Modelo Y durante o primeiro trimestre, o que pode significar que a empresa pode não ser capaz de atingir o breakeven. Por outro lado, a construtora automóvel registou um aumento de 40% na entrega de veículos durante o período 

A TESLA (TSLA.US) recuperou a maior parte das perdas de março e o preço das ações está atualmente a aproximar-se da resistência dos US $ 813,60 por ação. A Tesla divulgará os resultados do primeiro trimestre hoje. Números melhores que o esperado podem desencadear uma nova subida no preço das ações. Fonte: xStation5

A Ford (F.US) registou perdas de 23 centavos por ação no primeiro trimestre, enquanto os analistas esperavam 12 centavos por ação. A receita também ficou abaixo das previsões. A fabricante de automoveis anunciou que a perda de US $ 2 bilhões poderá duplicar no segundo trimestre. A Ford confirmou que dispunha de fundos suficientes para enfrentar a pandemia até o final de 2020. 

A Alphabet (GOOGL.US) ganhou US $ 9,87 por ação no último trimestre, abaixo das estimativas dos analistas de US $ 10,33. A receita ficou acima das previsões de Wall Street. A empresa disse que o trimestre atual será difícil para os negócios de publicidade do Google devido ao impacto do surto de coronavírus.

Yum Brands (YUM.US) - a operadora da KFC, Taco Bell e Pizza Hut, registrou um lucro 68% menor que no ano anterior, caindo um cêntimo por ação em relação às estimativas, com lucro de 64 centavos por ação. As vendas globais nas mesmas lojas caíram 7%, uma vez que a empresa teve que fechar muitos restaurantes devido à pandemia. 

As ações da Boeing subiram 10% no pre-market  apesar da empresa ter apresentado resultados trimestrais abaixo do esperado. A Boeing reportou um prejuízo líquido por ação de US $ 1,70, 20% maior do que as estimativas dos analistas. A receita também ficou abaixo das projeções dos analistas. Para garantir a liquidez, a empresa adotou uma série de medidas de tesouraria nas últimas semanas entre as quais, uma linha de crédito de vários biliões de dólares, cortes nos gastos operacionais e de capital; a suspensão de recompras e dividendos e a suspensão anual dos pagamentos de salários do CEO e do Presidente