No ano passado, os mercados foram abalados por crises cambiais na Turquia e na Argentina. Este ano, os problemas surgiram num lugar inesperado para muitos. Nesta análise, investigamos a raiz da crise chilena, considerando o impacto na economia e analisando o par de moeda USDCLP.
Raízes da crise: não são os 30 pesos
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Abrir Conta TESTAR A DEMO Download mobile app Download mobile appOntem, o USDCLP escalou para os 800 - um nível nunca visto na história deste país, tendo subido 12,5% em apenas um mês! Claramente, o mercado entrou em pânico, numa economia vista como uma das estrelas da América Latina. De fato, o Chile tem crescido relativamente rápido e, de acordo com o FMI, possui o maior PIB per capita entre as principais economias latino-americanas. O Chile também ocupa uma posição alta em muitos rankings internacionais relacionados à liberdade e desenvolvimento económico. Por esse motivo, gozava de uma imagem melhor do que outras economias da América Latina, especialmente se comparada à vizinha Argentina.
Os protestos contra as tarifas do metro explodiram em violentas agitações públicas no Chile.
A atual onda de protestos foi desencadeada por um aumento relativamente pequeno nas tarifas de metro de 30 pesos (cerca de 4 cêntimos de dólar). Tal poderia ser visto como trivial, mas, na realidade, foi apenas a gota no copo de água num país com problemas sociais: aumento do custo de vida, desigualdade social e escândalos políticos.
O Chile ocupa a 15ª posição na lista de 157 países da CIA em termos de desigualdade e, segundo o relatório da ONU, 1% da população desfruta de até 33% da renda! Embora a inflação esteja contida, qualquer aumento pode ser pesado para as classes de menores rendimentos. Um número crescente de escândalos políticos e corrupção aumentaram a revolta popular. Isso foi bem ilustrado pela primeira resposta aos protestos do ministro da Economia, que aconselhou o público a acordar mais cedo para aproveitar as tarifas de metro mais baixas antes das 7h.
E agora?
O governo retirou as tarifas mais altas e prometeu aumentar os gastos sociais. Também propôs mudanças na constituição, mas estas promessas não pararam os protestos. As outrora pacíficas manifestações de rua tornaram-se reféns da exploração violenta de grupos políticos e ideológicos com o intuito de implantar uma nova Constituição. Como os grupos por trás dos protestos não apresentam claramente as suas intenções, é difícil dizer o que exatamente poderia ser feito para conter a situação no curto prazo. Aliás, a história da América Latina é ditada por estes movimentos da esquerda, determinada em desestabilizar qualquer governo não alinhado com a sua ideologia.
Para arrefecer os ânimos, poderemos ver o governo pressionado a fazer grandes promessas de gastos ou mesmo eleições antecipadas.
"Os direitos humanos têm sido violados pelas forças policiais, pelo que a raiva do povo é crescente e as manifestações são cada vez mais violentas e incontroláveis. O setor de retalho já anunciou que haverá mais de 100.000 demissões no curto prazo, e o impacto económico poderá ser severo. "
- Jose Raul Godoy Abalos, XTB expert do Chile
A repressão dos protestos pelas forças militares veio responder à escalada de violência e vandalismo de manifestantes, que já causou 18 vítimas fatais, uma delas uma criança.
Impacto na Economia
O crescimento chileno tem arrefecido com a desaceleração global e com a queda no preço do cobre, pelo que, os protestos poderão ter um forte impacto na economia. Para os investidores, é crucial saber como o governo lidará com a situação, pois um grande aumento nos gastos aumentaria a dívida externa (já em torno de 70% do PIB) e a dívida pública (que é moderada, mas poderia crescer rapidamente). Uma decisão de "comprar" o público pode não ser bem-vinda aos mercados. Por outro lado, o Chile é uma economia relativamente aberta e apresenta um déficit moderado em conta corrente de 2% do PIB. Uma depreciação recente do peso deve ajudar a fechar o déficit e ancorar a moeda (ao contrário da Argentina no ano passado), embora também possa aumentar o custo de vida.
O crescimento no Chile depende ultimamente do consumo. Protestos e aumento dos custos de importação podem prejudicar a economia no curto prazo. Fonte: Macrobond, XTB Research
USDCLP análise técnica:
Depois de quebrar a máxima de 2016, de 731.50, o USDCLP continuou a subir, superando o máximo histórico de 2002 e parando apenas nos 800, após intervenção verbal do banco central. Podemos ver que historicamente períodos de rápidos aumentos de USDCLP não são incomuns, mas o seu alcance era bastante previsivel- nas três situações, foi um pouco acima de 25000 pips! Veremos se a história repete-se novamente.As resistências-chave podem ser vistas em 800 e 846. O suporte mais próximo está nos 731. Fonte: xStation5
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