Açúcar e Cacau: As matérias-primas que adoçam as festividades
Com as épocas festivas torna-se interessante analisar a evolução dos preços de matérias-primas como o açúcar e o cacau, uma vez que são duas commodities que por norma tendem a aumentar o seu preço pouco antes do final do ano e corrigem em dezembro, visto que as empresas por norma preparam os seus níveis de inventários antes do pico de produção de forma a dar resposta à procura, uma altura em que tendencialmente existe uma explosão de consumo de produtos que utilizam estas matérias-primas.
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Abrir Conta TESTAR A DEMO Download mobile app Download mobile appEsta dinâmica sazonal dos preços está intrinsecamente ligada ao comportamento dos mercados financeiros, onde fatores como a especulação, as posições dos investidores e as expectativas de produção e consumo desempenham um papel crucial na definição das cotações do açúcar e do cacau.
Os preços do açúcar e do cacau são influenciados por fatores climáticos, económicos, políticos e pelas existências. O açúcar, produzido principalmente no Brasil e na Índia, é afetado por subsídios, biocombustíveis e condições meteorológicas. Quando o preço do petróleo sobe, a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar torna-se mais lucrativa, resultando numa oferta reduzida de açúcar e, consequentemente, num aumento dos seus preços. Já o cacau, cultivado na África Ocidental, enfrenta tensões políticas, pragas e condições climáticas adversas, para além da procura por parte da indústria do chocolate. Ambos os mercados são voláteis e essa instabilidade afeta os consumidores, os exportadores e a indústria.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a produção global de açúcar em 2024/2025 deverá aumentar 1,5%, atingindo um valor recorde de 186,61 milhões de toneladas, enquanto o consumo deverá crescer 1,2%, totalizando 179,6 milhões de toneladas. No entanto, os stocks finais deverão diminuir 6,1%, situando-se nos 45,43 milhões de toneladas. O relatório CoT de 31 de dezembro de 2024 revela uma diminuição das posições curtas dos especuladores e investidores, o que pode indicar um menor pessimismo em relação aos preços do açúcar e levar a uma estabilização ou aumento. Em contrapartida, os grandes especuladores do grupo Managed Money aumentaram as suas posições curtas, refletindo um pessimismo maior, possivelmente ligado a estratégias de "acompanhamento de tendências".
Fonte: xStation5
Em dezembro de 2024, o preço do cacau atingiu um novo máximo, aproximando-se dos 12 000 dólares por tonelada, superando os valores anteriores de abril. As colheitas na África Ocidental enfrentam vários desafios, como chuvas intensas que afetam a qualidade e temperaturas elevadas que comprometem a época intermédia, que começa em abril. Embora as entregas tenham aumentado entre 20 a 30% em relação ao ano anterior, os stocks monitorizados pela ICE continuam a diminuir, situando-se atualmente em pouco mais de 1,4 milhões de sacas, o que está próximo dos mínimos históricos de 2003/2004. A Organização Internacional do Cacau (ICCO) reviu o défice da época anterior para 478.000 toneladas, o maior já registado, com as existências para consumo a atingirem apenas 27%, o nível mais baixo dos últimos 46 anos. Um inquérito da Bloomberg estima que a produção da Costa do Marfim em 2024/2025 será de 1,9 milhões de toneladas, abaixo da previsão oficial, que varia entre 2,1 e 2,2 milhões.
As existências de cacau na bolsa ICE caíram para o seu nível mais baixo desde 2004. Fonte: Bloomberg Finance LP, XTB
Os preços elevados e a diminuição das vendas a prazo por parte dos grandes produtores estão a reduzir as existências de cacau. Além disso, os ventos Harmattan, que trazem um clima mais seco e quente, podem prejudicar as árvores de cacau antes da colheita intermédia em abril. A liquidez do mercado permanece baixa, com as empresas de transformação relutantes em assumir posições. Os principais produtores, como a Costa do Marfim e o Gana, estão a cumprir os contratos a prazo da época anterior.
Em suma, a evolução dos preços do açúcar e do cacau reflete uma complexa interação entre fatores climáticos, económicos, políticos e dinâmicas dos mercados financeiros. A volatilidade sazonal, especialmente evidente nas épocas festivas, sublinha a importância de monitorizar as condições de mercado e as estratégias dos intervenientes, uma vez que estas matérias-primas desempenham um papel fundamental na economia global e no consumo diário.
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