A Boeing decidiu se declarar culpada de uma acusação de fraude criminal em conexão com os acidentes de dois aviões 737 Max que levaram à morte de 346 pessoas. A empresa então aceitou um contrato de 3 anos com o governo, apertando o processo de fabricação para eliminar defeitos semelhantes no futuro. No entanto, pouco antes do final do período do contrato, ocorreu um mau funcionamento em um voo da Alaska Airlines, que resultou na perda das portas do avião e a necessidade de um pouso de emergência. Este evento novamente chamou a atenção do público e do Departamento de Justiça (DOJ) para as ações da empresa.
No final das contas, a empresa decidiu se declarar culpada por não cumprir os termos do contrato e fraudar os dados de segurança de suas aeronaves.
Consequências da decisão da empresa
Como resultado da confissão de culpa, a empresa provavelmente pagará uma multa de $243,6 milhões, o mesmo valor que pagou 3 anos antes em conexão com o contrato que violou.
Além disso, a Boeing é obrigada a investir $455 milhões no desenvolvimento de seus programas de segurança para eliminar situações semelhantes no futuro. Além disso, a empresa permanecerá sob supervisão externa da FAA por mais três anos.
A admissão de culpa por parte da Boeing, por um lado, provavelmente permitirá que ela evite penalidades maiores associadas a processos das famílias das vítimas. Se o tribunal aceitar a confissão de culpa da Boeing, a empresa será absolvida de responsabilidade adicional pelos acidentes na Indonésia e na Etiópia. Isso deixa as consequências associadas a incidentes posteriores, como a imobilização dos aviões da empresa após o incidente da Alaska Airlines, a recair sobre o fabricante de aeronaves.
De acordo com os advogados que representam as famílias das vítimas, tal decisão esconderia os crimes da Boeing. Por isso, houve anúncios dos advogados de apelar ao juiz para não aceitar o acordo. Uma decisão final sobre o caso será tomada em um Tribunal Distrital no Texas em 19 de julho.
Embora a decisão da Boeing possa teoricamente permitir que a empresa evite potenciais processos e indenizações, ela simultaneamente coloca em risco os futuros contratos governamentais da empresa. Por um lado, a Boeing é um fornecedor muito importante de equipamentos para o setor de defesa dos EUA, bem como para o setor espacial. Por outro lado, a cooperação potencial com uma empresa que admitiu fraudar o DOJ pode ser desafiadora do ponto de vista legal. A redação do próprio acordo não aborda essa questão, deixando as decisões para cada agência governamental.
As ações da Boeing, depois de um bom início de sessão, voltaram mais ou menos ao preço de fechamento da sessão de sexta-feira. O preço das ações já perdeu mais de 30% desde os picos do final de 2023. Fonte: xStation
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