A agência de classificação de risco Moody’s anunciou nesta segunda-feira a redução da nota de crédito da Volkswagen, de A3 para Baa1, citando desafios estruturais do setor, necessidade contínua de investimentos e a crescente concorrência no mercado chinês.
Motivos para a rebaixamento
Segundo a Moody’s, a decisão reflete a queda recente na margem operacional e na geração de fluxo de caixa livre, com poucas perspectivas de recuperação significativa nos próximos trimestres. No entanto, a classificação da Volkswagen ainda está três níveis acima do grau especulativo (junk status).
Os principais fatores que levaram ao rebaixamento incluem:
- Concorrência intensa na China, onde fabricantes locais estão ganhando participação de mercado com veículos elétricos mais acessíveis e tecnologicamente avançados.
- Necessidade de altos investimentos para a transição à mobilidade elétrica, um processo que exige grandes recursos e ainda não trouxe o retorno esperado.
- Custos elevados no desenvolvimento de software, um segmento essencial para a indústria automotiva moderna, mas que tem representado desafios para a Volkswagen.
- Tensões comerciais globais, que afetam a cadeia de suprimentos e aumentam a incerteza em mercados estratégicos.
Perspectivas e medidas da Volkswagen
A montadora alemã prevê mais um ano desafiador em 2024, focando em aumentar as vendas de veículos elétricos, reduzir custos e lidar com as tensões comerciais. No mercado chinês, a empresa projeta uma queda de até 1 bilhão de euros em lucros em 2025, devido à forte concorrência e aos custos de adaptação.
Apesar do cenário desafiador, a Moody’s destacou que a Volkswagen mantém uma estrutura financeira sólida, com baixa alavancagem e alta liquidez, o que dá à empresa tempo para implementar ajustes estratégicos e enfrentar os desafios do setor. Além disso, se as medidas de reestruturação forem bem-sucedidas, a agência prevê uma possível melhora na lucratividade a partir de 2026 ou 2027.
Com esse rebaixamento, a Volkswagen passa a ter uma nota inferior à da BMW e da Mercedes-Benz, que permanecem classificadas como A2. Isso pode significar custos de financiamento mais altos para a empresa em futuras emissões de dívida.
Fonte: xStation5.
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