BMW enfrenta impacto de 1 bilhão de euros devido à guerra comercial entre EUA e UE

15:09 14 de março de 2025

A BMW prevê que as tarifas impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia custarão 1 bilhão de euros em 2025, em meio ao agravamento das tensões comerciais entre as duas potências. A montadora alemã está no centro do conflito, com novas tarifas afetando diretamente sua produção no México e na China.

Impacto das tarifas na BMW

O CEO da BMW, Oliver Zipse, alertou que o impacto financeiro das tarifas é uma estimativa "conservadora", embora a empresa espere que algumas dessas medidas sejam temporárias. Entre os principais fatores que afetam a companhia estão:

  • Tarifa de 25% sobre veículos fabricados no México, impactando a produção da BMW em San Luis Potosí.
  • Novas tarifas da UE sobre veículos elétricos importados da China, afetando modelos estratégicos da marca.
  • Possíveis tarifas adicionais sobre carros europeus, que podem piorar a situação caso os EUA ampliem as restrições.

Desempenho financeiro e situação do mercado

A BMW registrou uma queda de 37% no lucro em 2024, totalizando 7,68 bilhões de euros, em grande parte devido a dificuldades no mercado chinês e custos extras com um recall relacionado a problemas nos freios da Continental AG.

Outros fatores que pressionaram a rentabilidade incluem:

  • Queda de 4% nas vendas globais, com uma forte redução de 13,4% na China.
  • Diminuição da margem operacional, projetada entre 5% e 7%, abaixo da meta de longo prazo de 8%.
  • Ações da BMW caíram 20% no último ano, refletindo a incerteza do setor.

Futuro incerto entre tarifas e concorrência

Para enfrentar esses desafios, a BMW aposta na estratégia de crescimento com o lançamento da sua nova linha de veículos elétricos Neue Klasse, prevista para o final deste ano. A montadora planeja introduzir 40 novos modelos e atualizações até 2027 para recuperar sua participação de mercado.

No entanto, a forte concorrência de fabricantes chineses como BYD e as incertezas geradas pelas políticas comerciais dos EUA e da UE ameaçam essa recuperação. Analistas como Harald Hendrikse, do Citi, alertam que a BMW pode estar sendo otimista ao apostar que o crescimento na Europa e nos EUA compensará a queda na China.

Apesar das dificuldades, Zipse mantém um tom confiante:
"Temos ambições de crescimento porque temos produtos fortes. Olhamos para 2025 com otimismo, apesar das turbulências políticas", afirmou em entrevista à Bloomberg.

Com o comércio global em tensão e novas rodadas de negociações à vista, a BMW e a indústria automotiva europeia enfrentam um cenário desafiador nos próximos meses.

 

Fonte: xStation5. 

 

 

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Escrito por

Emanoelle Santos

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